09 janeiro 2009

Caótica Ana - Julio Medem (2007)


O mais recente filme do tão aclamado diretor entre os cinéfilos, muito celebrado pelos filmes Lucia e o Sexo e Os Amantes do Círculo Polar, Caótica Ana foi, pelas críticas que acompanhei, a mais incompreendida entre as obras. No entanto, com a devida vênia, com o devido respeito, problema sério para quem não compreendeu, pois não compreendeu, inclusive, que não há o que compreender, pois se fosse para ser algo exato, não seria caótico. A imprevisibilidade, a aleatoriedade e a incerteza são fatores que determinam o caos e o roteiro que circunscreve a dinâmica da protagonista. Contudo, o caos desta película é apenas limitada aos padrões cinematográficos que conhecemos, pois ao entrar em contato com esta obra, o espectador mais desavisado, poderá ser tomado por uma estranheza daquelas que se prognosticam a loucura. Nada disto! Esta obra é muito sensata ao descrever o caos de um ser, como uma aglutinação de experiências passadas que recheiam certa base singular, no caso do filme, uma jovem chamada Ana, pois este era seu caos, carregar em seu antigo espírito as dores de vidas passadas, com a ressalva de que todas haviam sido breves e sofridas. Alguns gritos políticos são manisfestado pelo autor, feitos que a democracia autoriza-lhe. A poesia deste berro expressa-se através da frágil e bela ave, vitimada pelo bruto falcão. De maneira provocativa, a fragilidade defeca na face da brutalidade. Que assim seja!

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