04 abril 2009

Nam June Paik: Plataforma e Movimento


Inúmeras interpretações. Inúmeras são as especulações sobre a constatação de uma autêntica obra de arte. Quatro minutos e trinta e três segundos paralizado em frente a um piano para executar uma música, é arte? Sim, é arte! Empilhar televisores e dá-los formas conhecidas, também? Sim, também! De certa forma, em um dado momento, a plataforma artística passou a ser a atitude do artista, ou seja, o artista em si mesmo e no seu movimento. Já não bastava experenciar a emoção estética agraciada pela obra, comumente bela e em sua plataforma usual. Era necessário ficar com aquela expressão de quem acabou de ter todas as suas certezas abaladas. Era necessário perguntar: "Mas o que isso quer dizer?". E, de fato, os explicadores inventam mais arte que a arte em si. Por isso a célebre declaração de Nam June Paik (considerado o pai da video arte e muito amigo de Cage & Stockhausen Cia.), de que a arte seria fraudulenta e bastaria fazer algo que ninguém houvesse feito ainda para que se fosse reconhecido, tornou-se célebre!
Como saber qual a intenção do artista?
Posso dizer que o preto e o branco representam o bem e o mal, ou o tudo ou o nada, e daí retirar dezenas de explicações que poderiam até beatificar o artista. E esse movimento estático, então? O que eu poderia dizer sobre um movimento que é estático?
Bem, acho que me resta perguntar sobre o quê Nam June Paik faria com um iPod!

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