03 junho 2011

Teoria Incompleta do Amor

Talvez o texto se inicie provocando alguns leitores, pois o texto vai afirmar: "muitos não sabem o que é amar e, por isso, jamais amaram na vida". Vão dizer que o texto peque por arrogância, jactância, muito embora o texto não tenha vontade própria; foi escrito por alguém - que veementemente defende sua posição e idéias. A pessoa que escreveu o texto compreende que, muito acima da jactância, o que pesa sobre a afirmação é o lamento.
"O amor não o é, se não permitir a liberdade - incondicional - ao outro", continua o texto. A pessoa que escreveu o texto compreende que tal proposição representa uma irrealidade. O que vivemos hoje é um amor capital, no qual eu sou sua e você é meu, nós dois somos um; não mais eu sou eu e você é você, nós dois somos nós.
“As verdades sobre o amor são as mais diversas, e aonde há uma diversidade de verdades, não há verdade alguma”, desenvolve-se o texto. Diz-se que o amor é tolerância; pobre amante, diz-se que o amor é cuidado; particularmente do outro e não de si, sendo cuidado um eufemismo para controle, diz-se que se ama ao desejar continuamente a presença da pessoa em sua vida; o desejo momentâneo de uma dependência permanente, e etc...
“Geralmente, limitadamente e ingenuamente, tende-se a se denominar por amor, unica e exclusivamente, o fenômeno romântico – entre duas pessoas. O amor é limitado a isso, começa e acaba nisso”, observa o texto. Comumente as pessoas se entregam às vicissitudes culturais, às idiossincrasias, ao senso comum, não se estabelecem como “si mesmas” no mundo. Afoga-se e asfixia-se uma postura reflexiva, questinadora, filosófica, subjetiva, em prol de um comodismo de “status quo”, de uma produtividade sócio-econômica-cultural, de um capitalismo da subjetivação, de uma objetivação. A pessoa que escreveu o texto compreende que o amor não é uma verdade, um substantivo, mas um processo, um verbo.
“Amar perpassa pela laborosa via do entendimento, de si, do outro, do mundo, do próprio entendimento, até chegar-se a uma pretentida e utópica compreensão, unida a valores, necessariamente positivos, como carinho e bem-querer - incondicionalmente”, conclui o texto. A pessoa que escreveu o texto compreende que diante desta explanação, a afirmação primeira torna-se a derradeira.

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