20 dezembro 2013

Azul é a Cor Mais Impressionante

Daria para escrever um tratado de psicologia acerca da personalidade da personagem principal do filme, Adèle. Porém um blog exige brevitude e concisão. Vou me cercar das palavras despejadas por J.A Gaiarsa (psiquiatra) em seu livro Reich 1980: "Jung foi o único psicólogo que conheci cujo pensamento é dialético (...) Mas seu pensamento ainda tem muito de idealismo. Seu conceito de Homem Natural, enquanto oposto ao Homem Cultural é tão profundo e tão utópico quanto o de Rossseau". Tal é a síntese do que representa a personagem Adèle neste mundo de personas, máscaras. Adèle, a menina gulosa, de uma fome que extravasa em sua sexualidade, que come com a boca aberta; a menina sem ambição, que se contenta em ser a professorinha de ensino infantil, que não sabe escovar os cabelos, que escarra pelo nariz quando chora. A paixão de Adèle não se prende a padrões sociais. Adèle não tem orgulho, apenas solidão. O amor de Adèle não é moral-social, apenas afetivo. Não exige fidelidade, apenas presença. Adèle se arrepende demais. Adèle não sabe culpar ninguém.


Ficha técnica: Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d`Adèle)
                     2013
                     Abdellatif Kechiche

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